Oficinas de Conservação e Restauro de Obras  de Arte

Onde pela mãos dos mestres artífices, o que entra velho sai novo.

Ouro Brunido - Conservação e Restauro de Obras de Arte

R. Capitão Leitão 58                      

Tel. 218 688 801               962 905 654

Fundada em 1998 pelos irmãos Jorge Pinto e José Gomes que trabalharam na oficina de
Edmundo Silva, primeiro estiveram na Av. Defensores de Chaves, antes de terem vindo para aqui em 2002. É uma oficina de experientes restauradores de arte, que conta ainda com João Simas, grande conhecedor auto-didacta de arte, que também trabalhou no mesmo ateliê de Edmundo Silva e se iniciou nesta actividade com 23 anos de idade: «O mais interessante de trabalhar são as imagens em policromia que têm por baixo outra e às vezes outra imagem ainda subjacentes,
quantas vezes ainda melhor do que a mais recente, como neste caso desta peça do secº XVIII».

São homens experientes e competentes, formados na prática consciente e responsável, do trabalho em equipa, devidamente ponderado, todos na casa dos 50 - 60 anos de idade, têm por colegas jovens técnicas com formação académica em conservação e restauro. Encontramos aqui a conjugação perfeita: os antigos artífices auxiliados e continuados pela nova geração de profissionais com preparação específica - o melhor de 2 mundos! Actualmente restauram uma das telas da Igreja de Sº Agostinho a Marvila, restauro que esta oficina vem fazendo paulatinamente há vários anos, desde o altar-mor, agora na nave, reabilitando quadros de André
Gonçalves ou de Bento Coelho da Silveira, dos melhores artistas do XVII e XVIII: trabalho de vulto, discreto e bem feito.

Esta oficina é um espaço bem preenchido de obras de arte e de actividade, tecto alto, uma porta ampla que dá para o pequeno logradouro em frente, o qual abre para a Rua Capitão Leitão, na Xabregas dos armazéns, fábricas e oficinas.  Na Ouro Brunido restauram-se pinturas em tela, sobre madeira ou a fresco, madeiras, dourados, prateados, moveis e peças de arte sacra, mas a arte profana também não lhes é estranha. Os trabalhos mais notáveis que por aqui passaram foram para a Sé de Lisboa e para a Basílica da Estrela.

Todos os artífices estão vestidos com a sua bata branca, o que lhes confere um ar ainda mais concentrado e sabedor, que as suas mãos confirmam, a recomendação e a  procura constante reconhecem. Luz natural e artificial, mesas arrumadas, tudo num silêncio compenetrado, em que cada qual se entrega à sua tarefa, de alma, sentidos e mãos, intervalados de quando em quando com algum comentário. Aqui respira-se um ambiente de saudável labor e os quadros expostos, confirmam essa hábil intervenção que os devolve à vida e lhes tira as maleitas do tempo.

José Gomes, desde 1984 nesta arte, define assim a sua arte: «Temos que ter uma sensibilidade estética, mas acima de tudo respeito pela obra, paciência, gostar muito deste trabalho, só fazer o necessário e com delicadeza, sem melindrar a peça, sem pressas, trocando impressões, sugestões, entre todos, se preciso for. Tambem não vamos para alem daquilo que dominamos, não nos aventuramos no que não podemos ou não sabemos fazer. Por exemplo aqui nenhum de nós trabalha o papel ou o tecido, se isso for necessário mandamos fazer fora». E Luísa Santos
exemplifica com a peça que tem entre mãos: «Tiramos os vícios - estas ondas na tela - depois retocamos, tapamos alguns orifícios, só no que falta, com massa, antes de retocar o que falta, não mais do que isso, não pintamos nem retocamos se não fizer falta».

De facto esta proximidade entre mestres e jovens artífices neste espaço sereno e contido transpira bem essa comunidade de oficiais do mesmo ofício, uns com carreira mais longa do que outros, mas todos deixando transparecer contenção e esmero no trabalho que têm em mãos: uma oficina laboriosa, uma boa atmosfera, belas obras e a obra renasce!

G.P. 2017

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